007 e casinos
Quando pensamos em 007, do que nos lembramos imediatamente? Da mítica apresentação do espião (” Bond. James Bond”), do Martini batido, mas não mexido, dos carros, das belas mulheres, dos gadgets avançados e, claro, do gosto e perícia que a personagem tem por jogos de casino. Bond ganha sempre!
Efetivamente, desde a primeira aventura cinematográfica do agente secreto, 007 – Agente Secreto, protagonizada por Sean Connery em 1962, que as cenas de jogo se repetem, cheias de charme e glamour. No primeiro filme, James Bond joga Baccarat, vence e, de seguida, faz a sua famosa apresentação.
No quarto filme da saga, 007 – Operação Relâmpago, de 1965, Bond volta a jogar Chemin de Fer, uma variante clássica de Baccarat, contra o vilão da pala, Emilio Largo.
O cenário do filme 007 – Os Diamantes São Eternos (1971), é nada mais nada menos que o Whyte House Casino, uma sala de casino ficcionada, em Las Vegas. Neste filme, o jogo de dados está em destaque. Como em todos os outros filmes, James Bond sai vencedor, arrecadando 65.000 $, com uma espantosa aposta de 10.000 $.
O segundo James Bond, Roger Moore, enfrentou o vilão Kamal Khan no jogo do Gamão, em 007 – Operação Tentáculo (1983).
Mais recentemente, o último 007, protagonizado por Daniel Craig, revisitou Casino Royale. Em 1967, James Bond 007 – Casino Royale, baseado igualmente na obra de Ian Fleming, apresentou-nos um James Bond alternativo, David Niven, e uma outra personagem que reencontraríamos em 2006, Le Chiffre. No filme de 2006, herói e vilão defrontam-se a jogar Poker -Texas Hold’em. Durante o jogo, Le Chiffre envenena o nosso herói, que, ainda assim, sobrevive e vence a partida.
James Bond nasceu no Casino Estoril
Todos sabemos que James Bond adora casinos e que os mesmos fazem parte da sua identidade. O que poucos sabem é que o espião teve origem no Casino Estoril, que é considerado o maior casino da Europa. Durante a Segunda Guerra, Lisboa funcionou como porto de abrigo e espaço de liberdade para refugiados e espiões, devido à posição neutral assumida por Portugal, apesar da atuação da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado) que era germanófila. Lisboa, Estoril, Sintra e Cascais eram pontos em que confluíam ingleses, americanos, alemães e judeus em harmonia. Todas as noites, encontravam-se no Casino Estoril.
Ao que consta, foi neste contexto que Ian Fleming se terá inspirado numa figural real – um advogado e espião sérvio de nome Dusko Popov (1912-1981), para criar a sua personagem mais marcante – James Bond, o agente secreto ao Serviço de Sua Majestade.
Ian Fleming era oficial de inteligência naval no Reino Unido, e foi-lhe dada a missão de seguir o dito espião (agente duplo, ao serviço dos alemães e dos aliados, e posteriormente triplo, a trabalhar também para o FBI, durante a Segunda Guerra Mundial) por Lisboa e Estoril, uma vez que, em 1941, Popov tinha recebida uma soma avultada (50.000 dólares) dos Serviços Secretos Britânicos, o MI6. Popov era charmoso, elegante e um playboy, conforme exigiam as suas missões, tais como as de 007.
Reza a lenda que Popov e Ian Fleming se terão, inclusivamente, defrontado num jogo de Baccarat, em que Popov apostou a totalidade dos 50.000 dólares do MI6, cena que seria reproduzida em Casino Royale.
É bem interessante descobrir que a realidade é tão entusiasmante como a ficção! E pode muito bem sê-lo, nos casinos.
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